Sentimentos Indefinidos

Cada dia que passa descobrimos um pouco de nós, as certezas de hoje podem não ser as certezas de amanhã. Por isso os sentimentos estão em mudança constante.

sábado, dezembro 30, 2006

Ano Novo



Confesso que o ano de 2006 não vai deixar muitas saudades. Foi um ano difícil, agitado e que me vai deixar marcas. Ao longo dos últimos 12 meses vivi muitas coisas boas, conheci muita gente, fiz algumas amizades, algumas bem especiais e, olhando para trás, a parte positiva foi esta.
Por outro lado, foi um ano de desilusões. Desiludi-me com algumas pessoas, com o país, com o mundo e sobretudo comigo. Cometi muitos erros e estou a pagar caro por eles mas, se pudesse voltar atrás, provavelmente iria repeti-los. Apesar de ter errado muitas vezes foi graças a isso que aprendi, que cresci. Acho que 2006 foi sobretudo um ano de amadurecimento mas, ao mesmo tempo, de amargura.
Foram muitas as lágrimas que chorei ao longo deste ano. Não só por mim mas por algumas das pessoas que me são mais próximas. Foi um ano complicado a todos os níveis.
A nível profissional tive de engolir muitos sapos e entrei muitas vezes em desespero ao ponto de mandar toda a gente à merda.
A nível pessoal foi tão confuso que me faltam as palavras para descrever. Tive muitos momentos bons, tão bons que ainda me dói pensar que já não os tenho. Quem brinca com o fogo queima-se e eu saí bem queimada. Aprendi que não posso nem consigo controlar os meus sentimentos como eu pensava, a prova disso é que as “queimaduras” ainda não cicatrizaram. Tento viver um dia de cada vez. É como estar a fazer uma cura de desintoxicação lenta e dolorosa com uma possibilidade constante de recaída que nos deixa sempre com mais vontade.
Para 2007 não faço grandes planos porque, tal como vem sendo hábito na minha vida, sempre que planeio alguma coisa sai tudo ao contrário. Portanto só espero que o novo ano que se avizinha me traga principalmente paz de espírito para conseguir encontrar o meu rumo e poder voar o mais alto possível.


sábado, dezembro 23, 2006

Escolhas

Às vezes, quando o desejo nos impele, amar é espontâneo, mas muitas vezes significa escolher amar, decidir amar. Caso contrário, o amor não passaria de emoção, de superficialidade, ou até de egoísmo, e não aquilo que é na sua essência profunda: algo que compromete a nossa liberdade. Tu fizeste a tua escolha. Eu também já fiz a minha...

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Uma prenda


Já que não se fala noutra coisa a não ser Natal e prendas eu até gostava de ter uma. Não por ser Natal, não por ter feito anos há dias, apenas porque é das poucas coisas que me faz falta. Mas a prenda que eu quero não está à venda, nem tão pouco poderá ser minha. Por isso vou pedir ao Pai Natal que me traga uma amnésia para esquecer as prendas que não posso ter.

Farta do Natal

Alguém que invente uma máquina do tempo e me transporte para dia 26 de Dezembro (no mínimo).
Já não há pachorra para ouvir falar de prendas, de paz e amor e Natal e todas essas tretas.
Para mim esta época é apenas o auge da hipocrisia…Pena que as pessoas não se lembrem de serem boazinhas (ou fingirem que são) o resto do ano. Talvez assim valesse a pena.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

I Can´t Deny

It's late at night and no one's around
And only my heart is making a sound
I lay awake alone in my bed
And I can't sleep should I call you instead

I think of you far too much 'cause you, you're one
of a kind
I'm not like an open book
'cause I've got something in mind


You know I can't deny the way I feel inside
I won't be hiding my love
You know I can't disguise you're always on my mind
And now I can't get enough

Give me love, I know that you can
I like the strength of a confident man
It's in my blood and all through my veins
You feel it once and you're never the same

Whenever I close my eyes you're there. I feel it
inside
But why am I holding in my love, I can't tell you
why


I think of you far too much 'cause you, you're one
of a kind
I'm not like an open book 'cause I've got
something in mind
You know I , you know I, I can't deny
Every day you're always on my mind
You know I , you know I, I can't disguise
Can't deny the way I feel inside

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Memórias

A noite já ia avançada quando ela acordou com o som do telemóvel. Quando viu o nome dele no visor hesitou em atender mas, depois de tanta insistência e sem mais desculpas para adiar o encontro carregou na tecla verde e do outro lado ouviu aquilo que já esperava. Ele queria estar com ela e ela tinha prometido que estaria com ele, como tal, a promessa tinha de ser cumprida e a hora tinha chegado.
Ficaram de se encontrar junto à casa dele e cerca de meia hora depois da chamada ela chegou. As suas pernas tremiam e o coração batia mais forte enquanto esperava que ele a viesse buscar ao carro. Assim que o avistou, o receio era tanto que ela teve vontade de arrancar e sair dali, mas o medo tinha de ser superado. Era tarde demais para recuar e já não dava para fugir.
Ela saiu do carro e o frio daquela noite era tanto que sentiu a face regelar mas, mesmo assim, um calor apoderou-se da sua face assim quem ele chegou perto dela.
Ao entrar em casa dele o frio diminui mas as pernas continuavam a tremer. Ela estava nervosa e ele não estava menos, apesar de disfarçar melhor.
Tinha finalmente chegado o tal momento pelo qual ele tanto esperara e ela tanto adiara, talvez pelo medo de sair novamente magoada. Ainda não havia passado muito tempo desde que o seu coração tinha sarado a última ferida que lhe causou danos profundos.
Mas agora ia ser diferente, pensava ela. Esta história iria ser apenas uma aventura, levada com a leveza que se quer numa relação sem compromissos. Era isso que ambos queriam, um relacionamento que não interferisse com qualquer hábito ou rotina das suas vidas. Viver apenas bons momentos um ao lado do outro, com muita cumplicidade e sinceridade.
Depois de quebrar o gelo ela sentiu que queria realmente avançar e foi nesse momento que pôs de lado os seus medos e temores. Sentia-se bem ali, sentia-se bem com ele.
O calor do seu corpo fê-la sentir bem, aconchegada, protegida. Por instantes desejou que o tempo parasse e que pudessem ficar assim eternamente.
Foi esta sensação que fez com que esses momentos se repetissem vezes sem conta e, aquilo que inicialmente seria apenas uma relação sem compromissos, uma aventura entre duas pessoas que gostavam de conversar, de estar juntas, tornou-se em algo mais.
Ela tentou não se prender tanto, tentou pôr sentimentos mais profundos de lado mas não conseguiu evitar o inevitável. Entregou-se demais aquele sentimento que ela tanto queria afastar. A cada dia que passava ela sentia mais necessidade de o ter a seu lado, parecia uma droga que lhe dava forças para viver cada dia. Ela cometeu o mesmo erro que já anteriormente a fizera sofrer. Entregou-se demais aquela pessoa, esse sempre foi o seu maior pecado, entregar-se demais.
Para viver esses bons momentos ela abdicava de noites sem dormir, de horas em que ele tinha espaço para si na agenda. Para viver essa paixão ela era capaz de fazer os maiores sacrifícios por ele. Com o passar do tempo, o medo de o perder acentuava-se na sua cabeça. Já não imaginava a sua vida sem partilhar com ele algumas horas por semana, sim por semana, era apenas isso que ele conseguia dar-lhe. Mas mesmo assim não queria que o pouco que ele lhe dava acabasse, porque, para ela, isso era tudo.
Mas um dia alguém ocupou o espaço dela na vida dele… o sonho acabou e o pesadelo começou. E o que poderia ter sido uma história com final feliz tornou-se num enredo sem fim à vista. Encontros e desencontros foi naquilo que a vida deles se transformou. Ela afastou-se e ele fingiu que fez o mesmo. Fingiu porque não consegue afastar-se definitivamente. Ela continua à espera do dia em que ele saiba o que realmente quer, enquanto isso, ele continua a fingir que está satisfeito com a decisão que tomou.

Foi assim que tudo começou, há exactamente um ano…e passados 365 dias ele continua a assolar os pensamentos dela e teima em não desocupar o seu coração