Passado quase um ano desde o último “post”, gostaria que a minha vida tivesse mudado, que os meus sentimentos fossem menos indefinidos, que os dias fossem menos vazios.
Há coisas que permanecem em não mudar, há sentimentos que teimam em permanecer e há dias que se repetem vezes sem conta.
Há pessoas que saem da nossa vida, aos poucos. Há outras que, felizmente, permanecem, ontem, amanhã e sempre. É por essas pessoas que continuo a esforçar-me por acreditar que a vida vale a pena. É por essas pessoas que todas as manhãs luto para sair da cama e seguir a rotina diária. É por essas pessoas que sorrio quando me apetece chorar, é por essas pessoas que luto quando só me apetece desistir. Desistir de tudo, desistir de mim mesma, se é que não desisti já. Em determinadas alturas apetecia-me ligar o “piloto automático” e viver assim o resto da vida. Seria tudo tão mais simples. Mas a vida não é simples, bem pelo contrário. Os problemas do passado continuam a ser os problemas do presente e a esses juntam-se outros que vão aparecendo. Cada um pior que o outro. Mas como diz o povo, o que não nos mata torna-nos mais fortes! Há que saber contornar os obstáculos e seguir em frente, ainda que não tenhamos certezas de qual o caminho mais certo mas, afinal, isso é que é viver. Seguir em frente, sempre, sem medo do que possamos encontrar, sem medo do que possamos deixar. Principalmente do que possamos deixar. Porque há coisas que deviam ser largadas e esquecidas, numa caixinha pequenina, bem fechada no último recanto da nossa memória. Especialmente se sabemos que enquanto isso não acontecer nunca conseguiremos viver a vida e aproveitar tudo o que ela nos possa dar. Não adianta desperdiçar dias, meses, anos da nossa vida presas a algo que nunca nos pertenceu e nunca irá pertencer. Tudo isso só serve para que a alma vá acumulando pedrinhas incómodas que, a pouco e pouco, se vão tranformando numa rocha que nos corrói por completo. E, com o tempo, o peso dessa rocha acaba por nos esmagar, por nos destruir. Com o tempo tudo passa, sempre me disseram. Continuo à espera desse tempo que me vai ajudar a ultrapassar e a fazer desaparecer estas pedrinhas que trago comigo...Quem sabe um dia....