Sobre o medo...

Há dias em que acordamos e parece que o chão nos foge, a ansiedade toma conta de nós, assim de repente, do nada. Pouco a pouco, e sem nenhuma razão aparente, essa ansiedade transforma-se em medo. Medo que algo ou alguém nos tire aquilo que temos de melhor. Que nos roubem a paz e a tranquilidade.

Pode ser tudo psicológico, ou paranóia da nossa cabeça, mas é um sentimento terrível que se apodera de nós.

Depois do psicológico vem o nosso inconsciente que transporta os nossos medos para os nossos sonhos, enquanto dormimos, e esses medos tornam-se mais reais. A nosa mente prega-nos destas partidas e teima em assustar o nosso coração. E quando isso acontece desconfiamos de tudo. Queremos acreditar que tudo não passa de pura fantasia mas algo nos impede acalmar.

O tempo não volta para trás mas há coisas que se repetem nas nossas vidas. O meu maior medo neste momento é precisamente que essa repetição aconteça. Foi mais ou menos por esta altura que tudo aconteceu e esses acontecimentos teimam em passar em flashback na minha cabeça. Relembro vezes sem conta aquilo por que passei e tenho medo (novamente o medo) de ouvir o mesmo, de sentir o mesmo e de não poder fazer nada para o impedir. Até porque não sei se aguentava passar pela mesma coisa.

Gostava de perder também o medo de dizer tudo aquilo que me vai cá dentro, de dizer o que quero, o que sinto, sem receio do feedback. Gostava de poder clarificar situações e sentimentos que se arrastam e que continuam sem uma definição. Simplesmente existem e acontecem.

Às vezes queremos dar um passo em frente mas temos medo porque esse passo pode significar andar para trás. E esta confusão instala-se, não sabemos o que dizer, o que fazer, como agir.

Talvez se perdessemos o medo... talvez se conseguíssemos abrir o coração...Talvez.

Já fez meio ano que deixei de fumar e nunca neste espaço de tempo me apeteceu tanto um cigarro... Talvez seja a falta de nicotina que me está a afectar o bom senso, mas vou resistir...isso consigo fazer.