Primeiros dias

Na primeira semana de 2007 nada se alterou na minha vida. Tenho tentado viver sem pensar constantemente nas minhas preocupações, tenho aproveitado a companhia daquelas pessoas que me fazem acreditar que, sem dúvida, a amizade é uma das melhores coisas que podemos ter nesta vida.
A primeira noitada do ano (a passagem de ano não conta) foi mais uma prova de que sem essas pessoas jamais me sentirei completa. Depois de um belo jantar a noite prolongou-se com muita bebida, muita animação e diversão.
Claro que ainda tive tempo para um pequeno momento de menos lucidez em que os meus pensamentos me levaram a outras paragens, a outras companhias. Mas isso não interferiu em nada. Estava em óptima companhia.
Tentei aproveitar ao máximo e não faltaram as boas gargalhadas, as dores de pés, as conversas de final da noite dentro do carro, a inspecção às ruas para escapar à polícia, e, como não podia deixar de ser a hora dos “balanços” de vida, altura em que as lamentações de cada um(a) vêm ao de cima.
Nos últimos tempos é sempre assim que acabam as nossas noitadas, dentro do carro, à porta de casa, a tentar perceber que rumo a vida está a levar. As conclusões não têm mudado muito. Desta vez foi eu a A., que durante 1h30, estivemos nas nossas dissertações.
Eu a falar dos fantasmas de sempre e ela da relação de 3 anos que chegou ao fim. Ah e para animar o final da noite nada como o seu ex, do qual também sou amiga, se lembrar de me mandar mensagens também a lamentar-se e a pedir-me conselhos. De facto procurou a pessoa certa, eu que não consigo resolver o meu passado, que ainda está bem presente.
Resumindo, eram quase 8h da manhã quando consegui dormir, mas há pessoas pelas quais vale a pena fazer sacrifícios e só o facto de ouvir “és uma boa amiga e gosto muito de ti” supera qualquer noite mal dormida.